01 novembro, 2010

A falta que você me faz

Você me disse que, embora não quisesse, talvez tivesse que partir. Fiquei aborrecida com você. Não foi a primeira vez que você disse isso, e esse assunto me deixava extremamente chateada. Resolvi falar dos preparativos para o natal, pois esse sim me agradava muito. Conversamos por alguns minutos e você me pediu para ver a rua. Eu te levei brincando, pois queria arrancar-lhe um sorriso. Mas você não sorriu! De repente senti o medo invadir meu peito. Algo definitivamente não estava certo. Mais tarde, naquele mesmo dia, você começou a fazer as malas. Entrei em desespero. Você não estava brincando! Eu não podia imaginar que isso realmente pudesse acontecer! Mas ainda havia tempo. Você poderia mudar de idéia e ficar. Eu sabia que se isso acontecesse, as coisas nunca mais seriam as mesmas. Mas no momento, isso era irrelevante. O importante mesmo era que você ficasse. Você passou dias se preparando para partir e eu fui perdendo as esperanças. Você não falava mais com ninguém, e embora estivesse apenas fazendo as malas, não sentíamos mais a sua presença. Num determinado momento você aquietou-se e eu voltei cultivar esperanças, pois novamente podia sentir a tua presença. Mas, no dia seguinte, sem tempo para despedidas, sem a menor consideração, você partiu! Simplesmente se foi, deixando tudo para trás. No fundo, eu sabia que você partiria, mas não queria admitir. Você?! Logo você que era tão importante e que, embora se fizesse de fraca, era dona de uma força imensurável. E eu nem pude me despedir. Nem ao menos pude lhe dizer o quanto a amava. Eu queria te dar um abraço, te dizer o quanto eu a admirava e o quanto você era importante para mim. Sinto sua falta! Tantas coisas aconteceram desde que você partiu. Fiz novos amigos, tive algumas conquistas, algumas regressões. Fiz coisas das quais você teria orgulho. Cometi erros também. Sinto-me tão sozinha. Tenho tantos a minha volta, mas ninguém igual a você!... – Sinto falta dos nossos almoços de domingo.

Um comentário:

Cocamonga baby! disse...

Belíssimo, porém triste.