Quero ficar só
Ficar só...
Não me sentir só!
Sinto um vazio imenso. Não quero ouvir, ou falar, ou cantar. Não vejo a luz, estou perdida! Não sinto cheiro, nem gosto, nem vontade. Não sinto fome ou sede. Não quero dormir, nem ficar acordada. Não quero nada. NADA! Até o próximo cigarro acabar...
20 dezembro, 2010
01 novembro, 2010
A falta que você me faz
Você me disse que, embora não quisesse, talvez tivesse que partir. Fiquei aborrecida com você. Não foi a primeira vez que você disse isso, e esse assunto me deixava extremamente chateada. Resolvi falar dos preparativos para o natal, pois esse sim me agradava muito. Conversamos por alguns minutos e você me pediu para ver a rua. Eu te levei brincando, pois queria arrancar-lhe um sorriso. Mas você não sorriu! De repente senti o medo invadir meu peito. Algo definitivamente não estava certo. Mais tarde, naquele mesmo dia, você começou a fazer as malas. Entrei em desespero. Você não estava brincando! Eu não podia imaginar que isso realmente pudesse acontecer! Mas ainda havia tempo. Você poderia mudar de idéia e ficar. Eu sabia que se isso acontecesse, as coisas nunca mais seriam as mesmas. Mas no momento, isso era irrelevante. O importante mesmo era que você ficasse. Você passou dias se preparando para partir e eu fui perdendo as esperanças. Você não falava mais com ninguém, e embora estivesse apenas fazendo as malas, não sentíamos mais a sua presença. Num determinado momento você aquietou-se e eu voltei cultivar esperanças, pois novamente podia sentir a tua presença. Mas, no dia seguinte, sem tempo para despedidas, sem a menor consideração, você partiu! Simplesmente se foi, deixando tudo para trás. No fundo, eu sabia que você partiria, mas não queria admitir. Você?! Logo você que era tão importante e que, embora se fizesse de fraca, era dona de uma força imensurável. E eu nem pude me despedir. Nem ao menos pude lhe dizer o quanto a amava. Eu queria te dar um abraço, te dizer o quanto eu a admirava e o quanto você era importante para mim. Sinto sua falta! Tantas coisas aconteceram desde que você partiu. Fiz novos amigos, tive algumas conquistas, algumas regressões. Fiz coisas das quais você teria orgulho. Cometi erros também. Sinto-me tão sozinha. Tenho tantos a minha volta, mas ninguém igual a você!... – Sinto falta dos nossos almoços de domingo.
16 outubro, 2010
Solilóquio
Ocupe seu tempo com as pessoas que realmente valem a pena. Liberte-se! Não se faça de infeliz! Existem tantas outras pessoas. Tantos “aliados” na sua vida. Cadê a importância de cada um deles agora? Você se apega muito fácil ao que lhe faz mal. Não se acostume com a dor! E não deixe que os importantes lhe escapem pelos dedos! Vejo pessoas que estão a te acompanhar todos os dias. Não deixe que elas partam. Atenha-se ao que realmente importa. Aquilo que te proporciona dor só tem utilidade enquanto está a te ensinar alguma coisa. Se a sua inteligência está lhe deixando na mão, algo não lhe serve mais. Descarte-o! Seja prática! Quem sabe assim, seja possível conquistar pequenos momentos de serenidade!
13 outubro, 2010
Psicose maníaco-depressiva
Estou cansada! Cansada dessa dor. Que vai e volta. Que me tira do sério. Que me faz duvidar de quem realmente sou. Que me deixa fraca e me faz recuar. Quando passa, eu volto a ser eu mesma. Então ela volta e eu já não tenho mais certeza alguma. Estou a alimentar um sentimento nocivo. Que dor é essa? Procuro desesperadamente a cura. Mas essa, por vezes, parece ser imaginária. Que remédio? Não tenho a quem recorrer! Sou criadora dessa dor! Sou dona da culpa! Minha mente me traiu. Eu permiti que ela o fizesse! Sei que só preciso de força. Muita força. Mas é tão difícil! Sinto-me uma tola. Vejo tudo! A verdade está tão aberta, que qualquer um pode enxergá-la. No entanto, teimo em fingir que não sei o caminho. Sou covarde! Estou acorrentada. Sei quem possui a chave. Insisto em tentar quebrar as correntes. Assim que conseguir coragem, alcançarei a liberdade.
12 outubro, 2010
Do outro lado
Ah... Quantas emoções! Que euforia! Que friozinho na barriga! Algo novo! Medo e excitação! Excitação e medo! E vontade de mais! E mais! E MAIS!... E agora? Não sei se quero voltar... Também não quero parar por aqui. O que fazer então? Ir além? Conhecer mais? Descobrir coisas novas? Não quero montar outro castelo. Quero ser livre... Livre para voar!
10 outubro, 2010
Tédio
O que já está pronto não é bom
O bom visto de perto é ruim
A novidade logo vira banalidade
O outro é maçante
O inverso é seletivo
A escolha não tem importância
Os motivos tendem a perder o significado
E a fantasia perde a essência
O bom visto de perto é ruim
A novidade logo vira banalidade
O outro é maçante
O inverso é seletivo
A escolha não tem importância
Os motivos tendem a perder o significado
E a fantasia perde a essência
14 setembro, 2010
Paredes
Vivo rodeada por paredes. Paredes essas que me deram proteção, que me acolheram e me proporcionaram uma enorme felicidade. Experimentei uma emoção tão excepcional, quanto eu jamais pudesse imaginar existir. Essas paredes me presentearam com VIDA! E a minha vida passou a ter um novo sentido. Durante muito tempo, uma luz intensa - como o brilho de várias lâmpadas acesas - me fez cegar, mas isso não me impedia de enxergar o quão extraordinária beleza aquelas paredes retinham. Um dia, porém, algo aconteceu e a luz diminuiu - como se uma das lâmpadas tivesse se apagado -, então eu pude notar uma pequena rachadura num dos lados da parede. No começo fiquei assustada. Logo, porém, voltei meus olhos para a imensa beleza que ali predominava. No entanto, a luz continuou a diminuir e, aos poucos, a fenda foi aumentando. Foi então que encontrei uma porta. Não sabia da existência dessa porta, embora, de longe, já tivesse ouvido falar nela. Fui acometida por uma enorme curiosidade. - O que haveria através da porta? - E se eu me aventurasse a atravessá-la? Envolvida por medos e almejos, decidi conhecer o que havia do outro lado. E assim o fiz!...
No outono
A buzina dos automóveis, a luz entrando pela pequena fresta da janela, o entregador de jornais. Sem dúvida amanhecera. Estava tudo igual, tudo normal. Era só mais um dia. Um dia comum, como outro qualquer. Por que nada mudara? Por que o despertar fora igual ao de qualquer outro dia? Da janela ouvia-se a voz rouca da senhora apressando seu cão. Certamente estava indo buscar o pão e o leite, como de costume. Estava adiantada! Ainda faltava um quarto para às sete. A imagem refletida no espelho estava exatamente igual a da manhã anterior. O rosto parecia cansado, mas ainda era o mesmo do ano anterior - sem nenhuma grande mudança. O quê acontecera no ultimo ano? O emprego era o mesmo. O apartamento parecia menor, mas também era o mesmo. Ah! O carro! Estava com pintura nova. Até parecia outro! - Saco! - como sempre, a toalha estava na cadeira do quarto. Por que toalha de rosto tem que ser tão pequena? Quem lava o rosto pode molhar os braços, o pescoço... O moço da padaria estava simpático. Bem, ele é simpático todos os dias. A moça do caixa nem levantou os olhos, limitou-se apenas a pegar o dinheiro e colocar o troco sobre o balcão. É... ninguém se importa! O telefone tocou, mas parou. A chave ainda estava na porta quando tocou novamente...
– Alô!
– Parabéns! Feliz Aniversário!...
– Alô!
– Parabéns! Feliz Aniversário!...
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